ANTÔNIO DESLUMBRADO NA PRAÇA DAS CAVEIRAS
Certas noites, depois que a casa envolvia-se num sono inebriante, Antônio Deslumbrado saltava a janela do quarto para pôr-se diante do cacto que o hipnotizava desde a infância. Seu formato era esbelto e lúgubre: assemelhava-se a um homem moribundo em uma súplica derradeira.
Antônio Deslumbrado percorrera diversas situações superficialmente desagradáveis até que, ao se aproximar de uma praça despedaçada, alguém o previne de que está entrando no ambiente mais triste do mundo. Lá, enroladas em pedaços podres de pano e papelão, pessoas feitas apenas de osso e pele gemem e se esquentam umas nas outras.
— Ora, estão cegos? Não é esta a real beleza da tristeza que deveriam exibir...
Um comentário:
é! *-------------------*
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