quinta-feira, setembro 11, 2008

CEREBRAL

CEREBRAL


o poema do brejo
preso no capão
apenas vejo
com minha mão

quinta-feira, setembro 04, 2008

ANIVERSAR

ANIVERSAR



vinte e dois
dois dois
vinte e dois

os anos lançam pedras
na vidraça das minhas perspectivas

quatro de setembro
de dois mil e oito
vinte e dói
a dor de sempre

não tenho mais a idade dos autores jovens
em sua primeira publicação
tampouco a dos experientes

não serei aclamado em minha estréia
visto que estou aqui
um salto após o que quero
e nu
sobre o palco iluminado do teatro vazio

não tenho a vivência dos adultos
já não me cabe a euforia dos adolescentes
estou como ninguém além de mim

estou no mesmo lugar
em que estive ontem

estou no mesmo corpo
em que estive ontem

estou no mesmo hoje
em que estive ontem

o ano é outro
mas o tempo é o mesmo

e a idade é um selo que o homem encarnou

vinte e dois
dois patinhos na lagoa
serena do meu sangue

BINGO!