PILOMBETA E A LUPA MÁGICA
quinta-feira, novembro 30, 2006
PILOMBETA E A LUPA MÁGICA
domingo, novembro 26, 2006
A TRISTE VIDA DE UM GATO DE RUA
sexta-feira, novembro 24, 2006
SEMIÓTICA
SEMIÓTICA
o reflexo da cor do pato
não é a cor do pato
a cor do pato
não é o pato

não é o pato
pato
não é o pato
o que diabo
é o pato
afinal?
o reflexo da cor do pato
não é a cor do pato
a cor do pato
não é o pato

não é o pato
pato
não é o pato
o que diabo
é o pato
afinal?
segunda-feira, novembro 20, 2006
FESTIM FOOD
FESTIM FOOD
dois pães espremidos
deitados na chapa
fritando os miolos
dois pães espremidos
espremendo espremendo
e eu que tanto esperei
um amor assim farto
melecando o canto da boca
sem guardanapo
quase morro de fome
devorado no prato
pão-dormido pão-duro
feito sangue que talha
espremido espremendo
a mostarda
mas não falha
dois pães espremidos
deitados na chapa
fritando os miolos
dois pães espremidos
espremendo espremendo
e eu que tanto esperei
um amor assim farto
melecando o canto da boca
sem guardanapo
quase morro de fome
devorado no prato
pão-dormido pão-duro
feito sangue que talha
espremido espremendo
a mostarda
mas não falha
sexta-feira, novembro 17, 2006
SÍNDROME DO ESTOU COMO
SÍNDROME DO ESTOU COMO
O poeta estancado:
____— Há dias que
____não escrevo nada,
____nada sinto.
____Estou como
____uma versão piorada
____de mim outro,
____minto:
____estou como
____se nunca houvesse encontrado
____o mim outro
____que, frente ao espelho,
____finto.
O poeta estancado:
____— Há dias que
____não escrevo nada,
____nada sinto.
____Estou como
____uma versão piorada
____de mim outro,
____minto:
____estou como
____se nunca houvesse encontrado
____o mim outro
____que, frente ao espelho,
____finto.
quarta-feira, novembro 15, 2006
FRENTE E VERSOS

DAS INTENÇÕES
— Por que o poema atravessou a rua?
— Porque o sinal fechou.
— Não.
— Para chegar do outro lado?
— Não.
— Porque... porque... porque ele teve vontade!
— Não.
— Ah, desisto. Não sei. Por quê?
— Ele não atravessou a rua!
— Mas isso não faz sentido.
— Dããã! É um poema!
terça-feira, novembro 14, 2006
ARTE E VIDA LANTERNINHA
A VIDA IMITA A ARTE RECRIA A VIDA
Então,
vida:
projeção
na pele.
Película
trash:
brecha no roteiro;
trilha brega;
atuações banais;
ausência de efeitos
visuais;
direção falha.
Porém, encanta
pela
bela
fotografia
em
preto e branco.
Então,
vida:
projeção
na pele.
Película
trash:
brecha no roteiro;
trilha brega;
atuações banais;
ausência de efeitos
visuais;
direção falha.
Porém, encanta
pela
bela
fotografia
em
preto e branco.
segunda-feira, novembro 13, 2006
OUTRAS ÁGUAS
OUTRAS ÁGUAS
Para Remo Saraiva
no rio que Remo
percorre
meu corpo saraivado
de belo
morre
Um dia encontrei um poeta no meio de uma pilha de roupas sujas. Eu lavei, espremi, estendi à lua, limpei bem até poder contemplá-lo sem o cheiro de tudo o que havia entulhado junto dele. Um poeta magnífico, cuja carcaça reluzia indiferente e quase despretensiosa. Acabei viciado. Aconselho que também tomem suas doses diárias: >> encontre seu título << .
Este é Remo Saraiva. Ou qualquer outro nome, basta encontrar seu título (que título César Comenta daria para ele?).
no rio que Remo
percorre
meu corpo saraivado
de belo
morre
Um dia encontrei um poeta no meio de uma pilha de roupas sujas. Eu lavei, espremi, estendi à lua, limpei bem até poder contemplá-lo sem o cheiro de tudo o que havia entulhado junto dele. Um poeta magnífico, cuja carcaça reluzia indiferente e quase despretensiosa. Acabei viciado. Aconselho que também tomem suas doses diárias: >> encontre seu título << .
Este é Remo Saraiva. Ou qualquer outro nome, basta encontrar seu título (que título César Comenta daria para ele?).
sábado, novembro 11, 2006
RALAVANAVA
RALAVANAVA
— Mãe, mãe, mãe, aprendi uma palavra nova!
— Ah, é?! E qual foi?
— Ralavanava.
— Como?
— RALAVANAVA!
— Hum... e o que isso significa?
— Significa que eu não sei pensar.
— Não diga uma coisa dessas, meu filho! Você é uma criança tão esperta!
— Não, mãe. Eu sou poeta.
— Valei-me, meu São Judas Tadeu!
— Mãe, mãe, mãe, aprendi uma palavra nova!
— Ah, é?! E qual foi?
— Ralavanava.
— Como?
— RALAVANAVA!
— Hum... e o que isso significa?
— Significa que eu não sei pensar.
— Não diga uma coisa dessas, meu filho! Você é uma criança tão esperta!
— Não, mãe. Eu sou poeta.
— Valei-me, meu São Judas Tadeu!
sexta-feira, novembro 10, 2006
SOBERBA
SOBERBA
tire suas mãos
geladas suadas trêmulas
de tudo o que me pertence:
afaste suas mãos de si e venha bater palmas em mim
tire suas mãos
geladas suadas trêmulas
de tudo o que me pertence:
... os sete poemas capitais
quinta-feira, novembro 09, 2006
AVAREZA
AVAREZA
eu quero
seu olho sua boca sua mão seu balanço seu dedão do pé
eu quero
seu relógio seu cabelo sua roupa seu espaço seus pêlos de pé
eu quero
sua voz seu canudo seu cheiro seu braço sua coxa seu umbigo seu
reflexo cadarço seu beijo de veludo seu sorriso mudo até seu chulé
eu quero quase tudo
só não quero a cicatriz
embaixo do seu queixo
um corte feio e cego
desleixo do meu ego
que me faz lembrar de mim
eu quero
eu quero
eu quero
eu quero quase tudo
só não quero a cicatriz
embaixo do seu queixo
um corte feio e cego
desleixo do meu ego
que me faz lembrar de mim
... os sete poemas capitais
quarta-feira, novembro 08, 2006
IRA
IRA
vem assim me esmagando
faz o sol, noite adentro,
ser de mim o que não sou
vem gritando que me odeia
faz pegadas no meu pódio
para nunca mais me pôr
...
mas pra que tanto eclipse
se já sabes que o ódio
é uma forma de amor?
vem assim me esmagando
faz o sol, noite adentro,
ser de mim o que não sou
vem gritando que me odeia
faz pegadas no meu pódio
para nunca mais me pôr
...
mas pra que tanto eclipse
se já sabes que o ódio
é uma forma de amor?
... os sete poemas capitais
terça-feira, novembro 07, 2006
LUXÚRIA
LUXÚRIA
uma palavra crua logo
após uma noite de amor selvagem
vale mais do que mil diálogos
vale mais do que mil imagens
uma palavra crua logo
após uma noite de amor selvagem
vale mais do que mil diálogos
vale mais do que mil imagens
... os sete poemas capitais
segunda-feira, novembro 06, 2006
PREGUIÇA
PREGUIÇA
vamos fazer um negócio:
esquecerei o amor
e viveremos do ócio
vamos fazer um negócio:
esquecerei o amor
e viveremos do ócio
... os sete poemas capitais
domingo, novembro 05, 2006
INVEJA
INVEJA
oh, minha amada
pudera eu amá-la
o amor que tu me amas
quem dera, amada!
mas amo esse amor triste
que quase não existe
oh, minha amada
te amo como a mim
um amor mesquinho assim
pouquinho, quase nada
oh, minha amada
pudera eu amá-la
o amor que tu me amas
quem dera, amada!
mas amo esse amor triste
que quase não existe
oh, minha amada
te amo como a mim
um amor mesquinho assim
pouquinho, quase nada
... os sete poemas capitais
sábado, novembro 04, 2006
quinta-feira, novembro 02, 2006
DO DESTINO
DO DESTINO
tenho sérios problemas
com os desígnios da vida
fui designado a ser sombra
do sol que me projeta
fui projetado pra ser meta
e acabei saindo poeta
tenho sérios problemas
com os desígnios da vida
fui designado a ser sombra
do sol que me projeta
fui projetado pra ser meta
e acabei saindo poeta
RALOUIM
RALOUIM
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