IRENE E O ENIGMÁTICO ALCANCE
Irene é um ser ao longe.
Mantendo uma relevante distância,
pode-se admirar as pinturas
de sua pele
em explosões multicoloridas.
Seu canto quase inaudível
atinge-nos feito eco
e, às vezes,
mas apenas de olhos fechados,
quase nos toca as orelhas com a ponta dos lábios.
Alguém, no entanto, reconhecerá
na inevitável ausência de uma esfinge
a tenaz dúvida desta entidade:
Irene é um ser ao longe,
e será que, alcançado o patamar do seu corpo,
encontrar-se-á tão somente um cadáver
envolto em vaga-lumes e insetos barulhentos
que nada sabem de mim?
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